Luteranos e católicos vão comemorar juntos os 500 anos da Reforma

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No dia 30 de outubro de 2017 ocorrerá o 500º aniversário da publicação das 95 teses de Martinho Lutero, gesto que, simbolicamente, marca o início à Reforma protestante. As igrejas evangélicas – e não só – estão se preparando para celebrar este evento a partir de 31 de outubro deste ano, com um encontro promovido pela Federação luterana mundial em Lund, Suécia, para o qual tem sido convidados representantes de todas as igrejas cristãs, incluída a católica.

Em 2013, a comissão luterano-católica sobre a unidade publicou um documento intitulado “Do conflito à comunhão. A comemoração comum luterano-católica da Reforma em 2017”.  Na abertura do documento podemos ler: “Em 2017 os cristãos luteranos e católicos comemorarão conjuntamente o quinto centenário do início da Reforma”. Entre luteranos e católicos, no contexto atual, está crescendo a compreensão, a colaboração e o respeito recíprocos. Uns e os outros reconhecem que aquilo que os une é mais do que aquilo que os divide: acima de tudo a fé comum no Deus uno e trino e a revelação em Jesus Cristo, como também o reconhecimento das verdades fundamentais da doutrina da justificação.

Papa Francisco e Pastor Luterano

Os luteranos convidaram o Papa Francisco ao encontro de Lund, do próximo dia 31 de outubro, e o Papa prontamente aceitou o convite.

13 respostas para “Luteranos e católicos vão comemorar juntos os 500 anos da Reforma”

  1. Papas intolerantes,inquisisionistas,Luthero e Calvino,cruéis,radicais e exclusivistas.Igrejas que se separam e se odeiam em nome de Deus.Comemorar quê?Leiam a verdadeira biografia de Lutero e João Calvino.Os protestantes desconhecem.Nem a reforma católica e nem a protestante evitaram as chamadas Guerras Santas.O povão só pratica o que lhe é oferecido:doutrinas,dógmas,rituais ,etc.

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    • Olá José Benedito,
      Boa tarde! Sou Edward Neves Monteiro de Barros Guimarães, secretário executivo do Observatório da Evangelização. Seu olhar histórico é muito pertinente para compreendermos o que já fizemos de crueldade em nome de Deus. Conhecer a história é fundamental para compreendermos o presente e avançarmos, aprendendo sempre com nossos erros e acertos. Recentemente participei de uma roda de conversa sobre o marco dos 500 anos da Reforma e percebi que muitos luteranos conhecem e reconhecem os erros históricos de Lutero e de outros. Querem inclusive resgatar a história, inclusive, das reformadoras. Nem por isso deixam de assumir um compromisso ético de escrever uma nova história. Se o passado não podemos mudar, podemos aprender e superar ingenuidades e miopias. Do lado católico, o mesmo conhecimento e reconhecimento pode ser observado, senão em todos, em muitos fieis (leigos/as, religiosos/as e membros da hierarquia). Digno de nota, e de forma muito significativa a nosso ver, tem sido a postura do Papa Francisco. Aconteceram muitos erros graves sim, e provavelmente as religiões e igrejas cristãs continuarão a cometê-los, devido às nossas ambiguidades. Mas esperamos, crítica e esperançadamente, que não sejam os mesmos erros e que tenhamos aprendido com os cometidos no passado.
      Que tenhamos força e coragem para transformar muros em pontes, por meio do diálogo, da disposição para reparação, do compromisso ético com a justiça e da misericórdia fraterna, forjando o caminho para irmos além dos erros. De qualquer forma, agradecemos a sua participação que muito enriquece o nosso Observatório. Cordialmente, Edward

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  2. Muito lindo e interessante essa comunhao das duas religioes.Basta de cismas…a uniao vai mudar a otica no mundo…a paz e o que precisamos.Deus esta acima de tudo.Bem Vindas as boas novas…um mundo mais justo se projeta.

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    • Obrigado por enriquecer o nosso Observatório com a sua participação. Cultivar a arte do diálogo, do respeito mútuo e do reconhecimento do outro são desafios para todos nós… que seja uma expressão do nosso compromisso ético com a paz!
      Abraços,
      Edward

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  3. Eu, que, embora tenha estado no presbiterianismo ortodoxo pela maior parte de minha vida e cinco gerações da minha família [contando comigo], que me considero “luterano de coração” (e, inclusive, dou fé na consubstanciação), acho lamentável, tanto pela ruptura da tradição que “nos faz diferentes” (ou “os faz diferentes”), quanto, e muito mais!, pela negligência com Isaías, 44: 12-18 [texto expositivo da revelação ao Profeta Isaías, que não deixa dúvidas quanto a como interpretar os mandamentos _ “do resto faz um deus, uma imagem de escultura; ajoelha-se diante dela, prostra-se e lhe dirige a sua oração, dizendo: Livra-me, porque tu és o meu deus” (ALMEIDA SHEDD)], assim como o trecho do “cálice dos demônios” (I Coríntios, 10: 19-21) [idem].

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    • Olá Marcelo, obrigado por enriquecer o Observatório da Evangelização com a sua participação. Sou Edward, teólogo leigo, secretário executivo do Observatório. De fato, é um desafio para todas as denominações cristãs ser fiel a Boa Nova de Deus anunciada e testemunhada pelos profetas e, de modo pleno, por Jesus Cristo. Suas palavras suscitaram a seguinte reflexão: pensamos que as diferenças entre as Igrejas não deve ser justificativa para a construção de muros de separação, mas de enriquecimento e de busca de conversão ao Reino. Algo que brota pela graça de Deus, pela fé em Jesus Cristo e que nasce, sobretudo, do diálogo fraterno. Isso porque o projeto salvífico de Deus e o seu amor por nós é universal (1ª Timóteo 2, 4). Jesus revelou a Deus como Pai Nosso/ Abba Querido. Não é fácil concretizarmos a correção fraterna sem o cultivo do afeto, do bem querer e do amor ao próximo (repare, não ao distante e separado) e, sobretudo, sem o testemunho… A nossa vida deve ser um convite à conversão ao Reino. Mais uma vez, receba a nossa gratidão e conte com nossa oração. Abraços fraternos, Edward

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